Liderança, trabalho em equipe e definição de papéis: 3 lições valiosas que a navegação ensina

Com o clima, vento e ondas para enfrentar, uma tripulação para persuadir e manter a segurança, e um barco caro para manter, uma liderança forte é uma obrigação. Em geral, os navios precisam de bons capitães se, realmente, quiserem chegar a algum lugar. O capitão também deve garantir que o barco esteja navegando rápido, que a tripulação esteja motivada e que as decisões estratégicas sejam tomadas de forma rápida e decisiva. Você está efetivamente jogando xadrez na água e gerenciando riscos o tempo todo.

A liderança corporativa tem diversos pontos em comum com a condução de uma embarcação

Cena da série The Terror, usada como exemplo de uma liderança corporativa.

Nas telas, a importância de um bom líder em um momento de crise em alto mar já foi explorada em vários filmes. Recentemente, assistindo a primeira temporada da série The Terror, no Prime Video, tive um insight de como a relação entre o capitão de uma embarcação tem pontos em comum com o papel dos gerentes de uma empresa. A série é um relato ficcional – ainda que baseada em fatos reais — da última expedição condenada de Sir John Franklin para descobrir a Passagem do Noroeste.

Observando o comportamento dos oficiais a bordo, suas reuniões e tomadas de decisões, a importância da hierarquia, as ações táticas, pode-se perceber que tudo isso está dentro do universo da liderança corporativa. Por exemplo, ao observar o personagem de Francis Crozier na série, temos um típico caso que mostra como a força emocional de um líder é vital para preservar o bom moral e tomar decisões eficazes, mesmo em situações terríveis.

Entre as responsabilidades de Crozier estavam decisões sobre o curso através do labirinto ártico, sobre o corte de rações para esticar as provisões intocadas, a busca de ajuda e quando finalmente abandonar o navio. No momento de tomar as decisões mais duras e drásticas necessárias, o capitão se trancava em sua cabine com um copo de uísque e engolia sua raiva, medo e angústia. Ou seja, ele não se deixou dominar pelas emoções e seguiu o curso da liderança. Assim como Crozier, bons líderes aceitam suas emoções, mas não são consumidos por elas.

1 – Influenciar para liderar

Em alto-mar, o poder de influência pode fazer a diferença para o sucesso da missão. Os homens de Franklin adoravam o capitão da expedição e seu estilo despreocupado. Mesmo com algumas decisões equivocadas, o capitão levou a tripulação com um sorriso no rosto a tropeçar no gelo. O capitão conseguiu manter a tripulação motivada e focada, mesmo quando não estava tão certo de suas escolhas. E ele soube adaptar-se à mudança de forma rápida quando as adversidades surgiram, o que o tornou alguém mais confiável aos olhos dos liderados. Com bons líderes, existe uma compreensão inata de como obter o melhor das pessoas e como inspirá-las.

2 – Agir no tempo certo

Cena do filme Titanic, usada como exemplo para a liderança corporativa

Uma lição do que não fazer ao liderar um navio fica evidente no clássico de 1996, Titanic. Considerado o melhor navio de sua época, o RMS Titanic era conhecido como o “Navio dos Sonhos”. Apesar de ser um filme, essencialmente, de amor, Titanic também mostra uma sucessão de erros de liderança que abriram caminho para o desastre. 

O capitão EJ Smith, o responsável por dirigir o navio e trazê-lo de Southampton para Nova York, era aposentado. Ele não estava treinado para lidar com uma crise ou emergência. Sob muita pressão para ter sucesso em sua viagem inaugural através do Atlântico Norte, ele não conseguiu agir de forma decisiva ou pensar com clareza quando se deparou com a crise.

Ignorando uma série de sinais e levado por um objetivo claro de bater uma meta de sucesso em sua viagem, o capitão arrastou todos para uma rota de colisão iminente. Faltou-lhe a humildade em aceitar as sugestões de seus liderados e de abrir mão de uma crença. O capitão do Titanic ficou tempo demais preso em uma ideia, desperdiçando a oportunidade de salvar muitas vidas. Exatamente como fazem líderes de muitas organizações.

Uma vez que o navio já estava danificado, em vez de agarrar o touro pelos chifres, a liderança optou por ignorar o problema. Todos se lembram da cena dos músicos tocando enquanto o navio afundava, certo? Fingir que nada aconteceu pode ser um curso de ação confortável, mas não se aplica quando você está no comando de uma grande organização. O filme nos mostra como a falta de decisão e o desejo por bater uma meta podem tornar os líderes cegos, os levando a remar diretamente para o abismo.

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3 – Confiança e comunicação

Cena do filme Capitão Philips, usada como referência à liderança corporativa

Outro bom exemplo de liderança nos 7 mares é o filme indicado ao Oscar “Capitão Phillips”. Baseado em uma história verídica do sequestro do navio cargueiro Maersk Alabama por quatro piratas somalis na costa do sudeste da África em 2009. O longa conta a história de dois líderes, Capitão Phillips (interpretado pelo vencedor do Oscar Tom Hanks), e o capitão pirata da Somália Abduwali Muse (interpretado pela estrela em ascensão Barkhad Abdi ). Ao colocar dois líderes tão diferentes em confronto, o filme expõe como uma liderança mais humana e altruísta pode influenciar o time.

Tipos de liderança 

O Capitão Phillips se mostra como um líder competente, responsável e altruísta que, ao ser atacado pelos piratas, se coloca em perigo para salvar os tripulantes. 

Já o pirata Muse é exatamente o oposto — inadequado para o trabalho, egoísta, cruel e determinado em cumprir seu objetivo, independentemente das consequências.

Entre as diferenças de ambos, está uma qualidade importante da liderança: a capacitação de seguidores. Phillips capacitou seus líderes abaixo dele para agirem em sua ausência. O estilo autocrático de Muse não permitia uma transição de poder mais uniforme. Ele queria o poder total para si e se importava pouco com seus liderados, o que acabou o deixando isolado. Isso impacta diretamente em outro ponto valorizado no papel de liderança, que é a flexibilidade e a capacidade de construir conexões.

Mesmo quando a situação saiu do controle, Phillips e sua equipe foram capazes de se ajustar. Quando Phillips foi feito refém, sua tripulação decidiu segui-lo. Quando o esquife afundou, a tripulação do pirata não tinha ideia do que fazer e se viu aberta às sugestões de Phillips e de sua tripulação para o uso do bote salva-vidas. A forma de se posicionar e comandar o time deu a Phillips uma aura de segurança, que o fez ser admirado até pela tripulação de seu inimigo.

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Liderança corporativa X Navegar

Por melhor que seja uma equipe, sempre haverá desacordo. Lidar com esse conflito sob extrema pressão é parte integrante de comandar uma grande embarcação. Fazer com que cada um faça sua parte e que o navio mantenha a rota é responsabilidade do capitão.

Talvez, navegar seja algo tão parecido com administrar um negócio justamente pela imprevisibilidade e necessidade de adaptação. O mar é algo selvagem e que não controlamos e se quisermos verdadeiramente desbravá-lo, precisamos, inegavelmente, de pessoas que trabalhem em conjunto. Ou você aprende a manter sua equipe unida e focada, ou sua ideia vai morrer na praia.

– Ernesto Schlesinger

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